sábado, 9 de julho de 2011

Sua Heroína


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                Se o dia tem vinte e quatro horas, para ela o dia não tem horas, porque quando algo não acontece, não se pode medi-lo. É como que em um dia mal-humorado, o tempo parou de fluir para ela, no momento em que ele bateu a porta dizendo que ela o sufocava.
                Então, sua razão para fazer o tempo fluir extirpou-se , em casa, “chá-a-chá”, “ vodka-a-vodka”,  “cigarro-a-cigarro”, “maconha-amaconha”, “heroína-a-heroína”; ela começou a se destruir por ele, porque, por erro de mamãe, o sabe-se-lá de que diabo, ela tinha aprendido a condicionar sua vida a alguém, dando a ela –a pessoa– o poder sobre ela –a infeliz–. Passo-a-passo em direção ao nada, ao vão, ao vácuo.
                Se a felicidade, a maior e mais pura do mundo, é o amor que a gente sente pelo outro, para ela, era ser amada.
                Mas nem Balzaque poderia prever, em verdadeira catarse resolveu mudar, deixar de amar para ser amada, agora é sua própria heroína, que não vem mais em doses injetáveis.


Comentários (primeira vez que os faço)

                Bem deprimente quanto uma manhã fria e chuvosa de inverno, mas com um final de esquentar o coração, quente e úmido como uma tarde de verão. Então categorizo-a como uma poesia em prosa de outono em uma tarde de primavera. Ambígua(?), talvez.  







Não poderia encontrar uma música que
 caracteriza-se melhor essa questão
de condicionar sua felicidade
 a alguém.
[♪♫Amy Winehouse - Wake Up Alone♪♫]




9 comentários:

"Gentileza gera gentileza." - Profeta Gentileza.