Sabe essa gente boba, que fica
andando com roupa de hippie, cabelo de hippie, ouvindo música de hippie e se
dizendo hippie, ainda existe essa gente? Pois é, essa gente que a gente acha
boba quando vê... Queria ser essa gente, ou melhor, queria ser brisa, é isso,
eu queria ser brisa. E daí? Eu posso ser tudo. Eu nasci nessa condição de ser
(humano) e tenho esse direito, de ser efêmero, de não ficar e de brincar de
pleonasmo, de dizer poder ser efêmero, por mudar e não permanecer. Eu posso
errar. Quero ser brisa. Quero ventar em mim e em você, quero ventar por ai, sem
pertencer, já sou brisa. Não pertenço, passo. Escrever é tão libertador,
escrevo como brisa, passando, deixando cair palavras, me liberto. Sou brisa. E
eu quero soprar palavras por ai, ser ouvido como assobio, leve e cortante,
suave e não-suave. Perdi a leveza. É assim, brisa vira ventania, que destelha,
que vira tormenta, que mata. Mas ainda assim, quero ser brisa. E eu quero
sorrir, feito brisa. Quero ser o vento que passa por você. Quem é você? Quero ser
brisa. Adoro e odeio ao mesmo tempo não fazer sentido, feito esse texto. Mas
sabe, eu quis brincar de ser leve, de ser brisa.
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"Gentileza gera gentileza." - Profeta Gentileza.