sábado, 18 de agosto de 2012

Desandado


Poeta do desespero. Poetizo sempre em desespero. Poetizo é para fazer parecer bonito, mas é mesmo escrever, escrevo em desespero. Tudo que eu escrevo é uma ode do desespero de algo. Sou um escritor inconstante, que só sabe escrever quando isso lhe parece a única coisa a ser feita. Um escritor da solidão e da dor. Pronto, me assumo como escritor, por mais que tenha vergonha, e que soe auto-apelativo, é a única coisa que me ocorre organicamente, que me ocorre sem mim, é além, além mundo, além vida, além mim. Escrever é além, isso, apenas além. Essas construções absolutamente desconstruídas, ferindo a querida língua portuguesa. É. E é isso, é por ser, e apenas é, escrever é, no mais inteiro e plurissignificativo significado de ser; escrever, é. E todo esse discorrimento aleatório não passa de uma ode a escrita, disforme, feita por um eu-não-lírico absolutamente desesperado –como sempre. Mas além do desespero da necessidade, há um que de não-saber-sobre-o-que-escrever e um pouco de não-saber-o-que-fazer-com-isso, isso o que? Nem o eu-não-lírico(eu) sabe. Vou parar por aqui, o texto tava bom a algumas linhas a cima, agora, desandou. Para não dizer que não falei das flores, flroes.

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