sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Um ensaio sobre a morte e algumas epifanias


Esse texto está em mim, faz quase uma semana, todo dia eu tento colocar ele para fora, mas nada... Hoje ele sai, nem mesmo que seja necessário uma cesariana!

Bom, fui ao shopping, e na entrada do estacionamento (ao lado) tinha um corpo no chão, faixas amarelas e pretas circulando tudo, muita gente e uma moto intacta. Na minha mente, brotaram tantas coisas, será que foi tiro, será que foi batida? Mas logo essas questões foram se tornando coadjuvantes, quando a mais dolorosa e real saia do plano de fundo: a fragilidade da vida, essa coisa sabe, feito passarinho em mão de criança, não aperta, não aperta, coração de passarinho para fácil. Ai que vontade de chorar que tá me dando agora! E é estranho, nem tem motivo, isso é horrível! Na verdade, tem motivo sim, essa coisa de fragilidade de vida sabe, feito peixinho dourado de aquário, de aquário que quebra, corre, põem num copo, de criança que pega, não aperta! Meu peixinho dourado morreu, apertaram forte demais e o coração de passarinho parou! Por que diabos a vida é tão efêmera? Sete meses de um punhado de dor e a vergonha no rosto por não querer sentir essa dor! Mas que merda de sonoridade, não gosto de coisa que rima, gosto de coisa dura feito pedra, que é difícil de digerir e quadrada de lê, mas as vezes flui, acho que deixar fluir é um pouco perder a dor do texto, perder os detalhes, a magia da dor e do prazer está nos detalhes... Divago e me perco, falava de morte, da efemeridade da vida, e a epifania, que não foram algumas, mas sim uma, constato em um estalo oco e triste, morte é morte, é definitivo e doloroso e rápido como um estalo oco, e não volta mais, então fale que ama, porque pode não ter mais a chance, fale que ama, fale que ama, vá ao show, de o abraço, fale que ama, fale que ama... O eu te amo seco que ficou na garganta vai dor eternamente, vai ficar eternamente na garganta dificultando o ar de passar, o abraço não dado vai deixar a fadiga em seus braços... Fale que ama, fale que ama, fale que ama...

Que coisa desengonçada, mas eu precisava me livrar...

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