Aos poucos, começo a sentir a necessidade de escrever, e isso me excita, mas não quero mais escrever sobre Amy ou qualquer outra coisa real, quero transformar minha dor e sentimentos afins, em arte de mentirinha, ficcionar realidade, isso sim, eu gosto e vou fazer agora, aleatoriamente.
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Uma mãe doente, um pai sofredor, uma irmã descabeçada, uma vida fodida. Era isso, dura e simplesmente, essa era a vida de Cecília. A mãe gritando de dor no quarto, o pai fingindo que lê o jornal enquanto enxuga as vistas, a irmã, a irmã Maria, ninguém sabe por agora, deve estar dando para alguém em qualquer esquina.
Cecília foi a sala, esperou que sua irmã chegasse, ela chegou, por volta da meia noite, falou, chamou, pediu, vamos ao quarto, seu pai à seguiu, no quarto da mãe ela falou, eu não agüento mais, não posso mais, não quero mais, desculpa, mas não posso mais me importar, é demais, tudo isso, minhas costas cederam, nós precisamos de uma porra de um barco maior, mas só eu vejo isso, e nós não o temos, então, eu estou indo, para avisar, sem ressentimentos, vocês não me fizeram bem, nunca, desculpem-me, mas como já disse, perdi a capacidade de me importar, vocês são algo que não suporto, e não tenho mais forças, parece que todos estão dentro de mim, enquanto não suporto mais, me dói, dói tanto que estou repetindo as mesmas coisas, vocês dentro de mim, se batendo, vão explodir, então, estou vomitando todos e partindo. Só para repetir, não temos, nem teremos a droga do barco maior.
Adeus.
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Achei besta, achei quase forçado, mas é o que quis e consegui escrever, e confesso que gostei.
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"Gentileza gera gentileza." - Profeta Gentileza.