quinta-feira, 28 de abril de 2011
Do Vassalo para a Imperatriz
Clarice Lispector, a voz que me diz o que dizer, a voz que ilumina meus dedos ao transcrever algo que se mostra indizível; Clarice Lispector, a torrente de inspiração, essa é a Clarice Lispector, ao menos a minha Clarice, a Clarice que pertence a mim por completo e eu à ela. Repito Clarice por que amo Clarice.
Agora, falemos um pouco de Clarice, um pouco da história, por mais que seja contra a massificação de fatos concretos históricos, uma vez que neste mostram-se obrigatórios, tentarei falar com sintetização única. Nascida no dia 22 de dezembro de 1922 –esta é a data mais aceita, pois muitas existem, mas esta é a aceita por alguns biógrafos e pela própria Clarice-, é de origem Judaica, nasceu em uma cidade Ucraniana chamada Chechelnyk, mas aos dois meses de vida desembarcava no Brasil, visto que sua família sofrera com a perseguição aos judeus na Guerra Civil Russa. Clarice e sua família chegaram a Maceió no inicio de 1923, ela dizia-se brasileira. ‘Brasileira e ponto’, disse uma vez em entrevista.
Começou a escrever assim que aprendeu a escrever, mas fabular já fazia antes mesmo de aprender a pensar. Escreveu diversas obras, e é considerada por muitos hoje o Santo Graal da Literatura Feminina Brasileira.
Casou-se cedo com um diplomata brasileiro, passou grande parte da vida a viajar, morando de país em país, onde continuava a escrever seus romances, porém paralelamente escreveu muitas crônicas, crônicas de viagem. E hoje é incontestavelmente considerada a maior escritora de Literatura de Viagem brasileira, tudo proveniente dessa época. Voltou ao Brasil, separou-se e continuou a escrever. Acho tão fácil e medíocre citar apenas ‘divorciou-se’ Clarice Lispector separou do marido entre as décadas de 50 e 60, o que deve ser considerado característica de mulher forte e revolucionária, o que aos olhos da sociedade da época era um acinte e ainda assim o fez.
Em 1977 Clarice é internada, pouco após a publicação de A Hora da Estrela, com um câncer de ovário inoperável, o que era desconhecido por ela. Morre o monstro sagrado da Literatura no dia 21 de dezembro de 1977, pouco tempo após ser internada e um dia antes de completar cinquenta e sete anos de vida.
Clarice para mim é um Norte, se não 'O' Norte, uma vez que trata-se da minha inspiração primeira. Apenas uma dica: Evite epígrafe de Clarice, se queres cita-la, leia ao menos um livro e não apenas procure uma frase dela no 'pensador.com'.
A seguir segue a lista completa das obras dela:
Romances
• Perto do Coração Selvagem (1944)
• O Lustre (1946)
• A Cidade Sitiada (1949)
• A Maçã no Escuro (1961)
• A Paixão segundo G.H. (1964)
• Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969)
• Água Viva (1973)
• A Hora da Estrela (1977)
• Um Sopro de Vida (pulsações) (1978)
Contos
• Alguns Contos (1952)
• Laços de Família (1960)
• A Legião Estrangeira (1964)
• Felicidade Clandestina (1971)
• A Imitação da Rosa (1973)
• A Via Crucis do Corpo (1974)
• Onde Estivestes de Noite (1974)
Crônicas
• Visão do Esplendor (1975)
• Para não Esquecer (1978)
Entrevistas
• De Corpo Inteiro (1975)
Literatura infantil
• O Mistério do Coelho Pensante (1967)
• A Mulher que Matou os Peixes (1968)
• A Vida Íntima de Laura (1974)
• Quase de Verdade (1978)
Obras póstumas
Coletâneas de contos, crônicas ou entrevistas organizadas e publicadas postumamente.
• A Bela e a Fera (1979) – reunião de contos inéditos escritos em épocas diferentes
• A Descoberta do Mundo (1984) – seleção de crônicas publicadas em jornal entre agosto de 1967 e dezembro de 1973
• Como Nasceram as Estrelas (1987) – contos infantis
• Cartas Perto do Coração (2001) – cartas trocadas com Fernando Sabino
• Correspondências (2002)
• Aprendendo a Viver (2004) – seleção de crônicas publicadas em jornal entre agosto de 1967 e dezembro de 1973
• Outros Escritos (2005) – reunião de textos de natureza diversa
• Correio Feminino (2006) – reunião de textos publicados em suplementos femininos de jornais, nas décadas de 1950 e 1960
• Entrevistas (2007) – seleção de entrevistas realizadas nas décadas de 1960 e 1970
• Minhas Queridas (2007) – correspondências
• Só para Mulheres (2008) – reunião de textos publicados em suplementos femininos de jornais, nas décadas de 1950 e 1960
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