Essa coisa do mundo não acabar, essa coisa de conversar com
gente que a gente gosta, gente boa mesmo sabe. Gente que faz a gente ser
trivial, gente que faz a gente querer passar a madrugada toda conversando, ver
o sol nascer, ouvindo as mais melancólicas e saudosas músicas do rico popular brasileiro! Essa coisa de ter esse tipo de gente que dá vontade de sair
soltando exclamações! Essa coisa de o sol se pôr todos os dias, mesmo nos
nublados. Essa coisa de ser. Eu gosto de toda essa coisa, eu gosto de Elis, eu
gosto de pensar que eu posso ser tudo que eu quero –e posso vir a querer– ser.
Mesmo que eu não possa. Talvez eu possa. Eu ando pensando com mais freqüência nessa
coisa de viver de escrever sabia... Isso tem me incentivado, me excitado. Sempre
me excitou. Será que eu escrevo de verdade, será? Será que é verdadeira a
sensação de entrega e pouca edição? Ou apenas uma imagem falsa criada? Não sei.
Se um dia eu precisar matar alguém, um tiro basta. Se quiser matar, treze. Não
importa qual seja o crime, uma bala basta, o resto é vontade de matar! Salve Clarice!
Salve a aleatoriedade! Gosto de acreditar que é verdade, que escrevo de
verdade. Eu me crio, crio em volta, crio até mesmo você. Você é muito mais
minha projeção de você do que você. Isso pode ferir, quase sempre fere. As projeções
são muito grandes para os mortais aguentarem e na maioria das vezes –sempre– as pernas
cedem ao peso da fantasia e caem, de joelhos, dramaticamente feio. E o primeiro
humano a sucumbir sou eu. A minha fantasia de mim é pesada demais.
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"Gentileza gera gentileza." - Profeta Gentileza.